O termo “People Experience” — que, livremente traduzido do inglês, significa “experiência das pessoas” — tem sido pauta de inúmeros debates na gestão das empresas. Afinal, a partir de 2020, desde o início da pandemia do novo coronavírus, o conceito vem ganhando cada vez mais força.
De forma simples, podemos entendê-lo como um indicativo que revela como os integrantes da força de trabalho de um negócio vivem, na prática, a cultura organizacional e os valores institucionais no dia a dia. Na verdade, atualmente, como a maior parte dos empreendimentos já compreende que o capital humano é o ativo mais valioso em qualquer segmento, é possível ir além.
Em outras palavras, o People Experience tem funcionado como uma espécie de força propulsora para o clima e para a cultura organizacional. Quer entender mais a fundo? Continue a leitura!
Hoje em dia, a relação que as pessoas estabelecem com a carreira profissional mudou e continua em constante transformação, à medida que nascem novas maneiras de encará-la. Embora seja curioso, já que as novas gerações priorizam cada vez mais o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, em paralelo, fato é que muitos profissionais veem o ambiente corporativo como uma extensão do seu âmbito particular.
Ou seja, a linha que delimitava ambos os contextos praticamente não existe mais. Acontece que, na prática, isso significa que o ambiente de trabalho deve não somente complementar, mas também coincidir com a vida privada, tornando-se uma “ponte” para a concretização dos sonhos.
Além disso, como um contraponto ao cenário crítico atual, em que o desemprego atinge 8,7 milhões de brasileiros — um dado alarmante, apesar de representar um recuo da taxa —, em muitas áreas, são os candidatos que têm escolhido as companhias nas quais desejam trabalhar (e não o oposto).
Outro ponto que merece atenção é a diferença de dispor de uma cultura organizacional cujos valores estão “no papel” e de vê-la experienciada no cotidiano. Logo, essa “movimentação” por parte das companhias no sentido de promover um People Experience positivo é fundamental.
Afinal, o conceito está estreitamente associado aos efeitos práticos e às dinâmicas institucionais que impactam os colaboradores. Em outras palavras, o People Experience indica o quanto a experiência dos talentos na empresa está realmente conectada à cultura organizacional e aos valores disseminados.
Vivemos uma era de imediatismo, mas, infelizmente — ou não —, nem tudo acontece “da noite para o dia”. A construção de um bom People Experience, por exemplo, fundamenta-se em uma série de pilares, colocados em prática gradativamente, como:
Inicialmente, é necessário ter em mente que é no cotidiano empresarial que a experiência dos talentos verdadeiramente acontece. Ou seja, o People Experience deve ser uma dimensão integrante da cultura organizacional e, é claro, das estratégias implementadas na empresa.
Até porque, como é sabido, trabalhadores felizes são trabalhadores mais produtivos. Nesse sentido, em médio e longo prazos, a tendência é de que surjam efeitos positivos nos níveis de lucratividade da companhia e nas taxas de satisfação do público consumidor.
Além disso, é preciso destacar que os profissionais que fazem parte do quadro de pessoal da marca são os seus maiores divulgadores. Então, colaboradores satisfeitos compartilham as suas experiências positivas de maneira orgânica e ressaltam o quanto gostam de trabalhar na companhia. Com isso, tijolo por tijolo, a marca empregadora é construída em conformidade com a cultura.
Na prática, inclusive, um bom People Experience gera ganhos para a corporação e para a força de trabalho, pois, com experiências mais positivas, o clima organizacional melhora, o engajamento aumenta e, frequentemente, novas iniciativas surgem. Afinal, é gerado um sentimento de pertencimento no profissional que o faz querer continuar crescendo na empresa.
Em se tratando do setor de RH, é importante adotar uma mentalidade que não só valorize as experiências positivas, mas que também entenda que elas devem ter início ainda no processo de recrutamento e seleção (R&S). Isso envolve, por exemplo, o zelo pela transparência, a personalização da comunicação, o envio de feedbacks aos candidatos não selecionados etc.
No entanto, no que se refere à aplicação do People Experience no dia a dia organizacional, existem alguns passos que devem ser levados em consideração, como:
Lidar com indivíduos é lidar com infinitas particularidades e percepções distintas, mas sempre válidas. Nesse sentido, os colaboradores das empresas devem perceber que a organização está constantemente trabalhando para oferecer meios que o façam se sentir mais confortável para abordar as suas dores, os seus desejos, as suas necessidades etc.
Afinal, cada vez mais, as relações entre ambas as partes — empresa e público interno — têm se baseado na democracia, de modo a cultivar um relacionamento de parceria no qual todos têm voz. Não é à toa, então, que cresce progressivamente o interesse das organizações em oferecer um People Experience positivo.
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