Você já ouviu falar em reskilling e upskilling? Esses conceitos envolvem as necessidades constantes de profissionais aperfeiçoarem e atualizarem suas habilidades, independente dos seus segmentos de atuação. Todavia, embora os termos tenham relação, eles apresentam algumas diferenças, principalmente no momento da aplicação prática do que cada um indica.
A partir disso, vale entender melhor como se dão esses mecanismos de atualização das habilidades dentro de diferentes contextos profissionais e de que forma ela pode contribuir para melhorias nas empresas, ampliando a retenção de talentos e incrementando os resultados. Boa leitura!
De forma geral, o reskilling é a estratégia pela qual um profissional procura se movimentar para adquirir novas habilidades e se colocar em postos no mercado de trabalho diferentes daqueles originalmente alinhados às suas habilidades, competências e formação. Do mesmo modo, esse termo pode indicar o processo ao qual a empresa fornece treinamentos e qualificações para que um colaborador já contratado ocupe uma posição diferente dentro da organização.
É natural, por exemplo, que com o tempo determinadas funções deixem de sustentar tanta demanda profissional. Em contrapartida, novos postos em outras áreas do conhecimento podem exigir um fluxo maior de profissionais qualificados para dar conta dessa demanda. Assim, um profissional interessado em preencher essas lacunas e se mostrar ainda mais relevante para o mercado de trabalho e para a empresa em que atua pode passar por uma requalificação para atender essas novas demandas.
Não é raro, inclusive, que antes de abrir processos seletivos empresas divulguem novas vagas para determinados postos apenas de forma interna, para os colaboradores atuais. Nesse ínterim, pode haver incentivos para quem se interesse em ocupar novos postos, nem que para isso seja necessário passar por etapas de reskilling.
O upskilling, por sua vez, diz respeito do desenvolvimento e do aprimoramento de competências relativas à área de atuação ao qual o profissional já está inserido. Ou seja, o upskilling envolve a atualização dentro dos domínios aos quais a pessoa já tem um nível considerável de conhecimento e capacidade. Como o próprio nome diz, isso garante que o profissional dê um “up” nas suas capacidades, se tornando mais produtivo e mais atraente ao mercado.
Em determinadas áreas, a prática constante de upskilling acaba sendo um diferencial entre aqueles que alcançam postos mais elevados e os profissionais que nem sempre avançam com tanto sucesso na carreira. Um exemplo disso são as áreas voltadas para a tecnologia da informação. Seja como for, todos os segmentos de atuação podem se beneficiar de processos do tipo, garantindo a atualização das habilidades nos mais diferentes contextos.
A explicação das definições já deve ter dado uma boa noção do que diferencia re e upskilling. Enquanto o primeiro propõe um deslocamento profissional da sua origem, o segundo é um processo de atualização de habilidades em certa medida já familiares. Contudo, observar tais diferenças não é suficiente para identificar o que faz dos conceitos similares, mas não idênticos.
É fundamental reforçar, por exemplo, que o reskilling amplia o número de competências de um profissional, enquanto o upskilling reforçar determinadas habilidades. Em outras palavras, isso significa que, por um lado, o reskilling torna o profissional mais versátil, enquanto o upskilling contribui para desenvolver profissionais altamente especializados.
Além disso, reskilling e upskilling podem ter indicações diferentes. Enquanto o primeiro conceito pode ser mais relevante para profissionais que desejam se recolocar no mercado e para isso precisam se requalificar para aumentar as chances de sucesso, o segundo tende a ser mais interessantes para aqueles que desejam ocupar cargos com maior nível de senioridade, que normalmente dependem de alto grau de especialização.
Ainda falando um pouco mais sobre diferenças e semelhanças entre reskilling e upskilling, cabe destacar que ambos podem ser conduzidos por iniciativas individuais de cada profissional ou serem incentivados dentro do ambiente de uma empresa.
Se por um lado ambos podem contribuir para tornar o profissional mais valioso e capaz de aproveitar melhor as oportunidades que surgem na carreira, por outro as empresas também podem usufruir de uma série de vantagens ao fortalecer a atualização e o aperfeiçoamento dos seus times.
Logo de partida, pode ser mais barato e ágil investir nas habilidades de quem já está inserido nos protocolos da empresa e já está alinhado ao clima organizacional do negócio, sem necessidade de períodos de adaptação. Dessa forma, são menores as chances de que a aposta dê errado, o que é sempre o risco quando se procura um novo profissional no mercado.
No mais, a condução de ciclos de reskilling e upskilling contribui para fortalecer a retenção de talentos. Ao perceberem que estão inseridos em uma cultura organizacional que não só valoriza esse tipo de atualização, como incentiva e fornece meios para que elas aconteçam, os profissionais tendem a se tornar menos suscetíveis a aceitarem propostas para sair.
Para garantir essa cultura que promova o desenvolvimento de talentos e reforce o aprendizado constante, as empresas precisam entender que são necessárias estruturas para tornar práticas de reskilling e upskilling viáveis.
Nesse sentido, mapear possíveis talentos, entender quais as demandas do seu setor de atuação, promover programas de treinamento e atualização e utilizar a tecnologia como aliada (para gerenciar talentos e oferecer métodos de aprendizado, por exemplo) são alguns passos importantes para alcançar os resultados esperados.
Ao mesmo tempo, combinar ações de treinamento e aperfeiçoamento com a oferta de pacotes de benefícios condizentes com as necessidades dos colaboradores pode ampliar ainda mais a capacidade de retenção de talentos da empresa, assim como garantir uma melhor qualidade de vida e incremento no clima organizacional.
Investir em reskilling e upskilling é uma tendência que provavelmente ganhará cada vez mais espaço, principalmente quando levamos em conta o avanço das necessidades de profissionais com determinadas habilidades e competências. Com isso, cabe às empresas reconhecer os benefícios dessas práticas e atuar para implementá-las.
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