Desde 2015, a campanha do Setembro Amarelo é realizada para conscientizar e prevenir ocorrências de suicídio no Brasil. Ela foi criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida) em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
O amarelo representado na fita da campanha teve origem no caso de um jovem de 17 anos norte-americano, Mike Emme. Em 1994, o rapaz cometeu suicídio. Durante o seu velório, havia uma cesta com diversos cartões e fitas amarelas. Assim, surgiu o simbolismo dessa cor para a campanha. Além disso, na psicologia, o amarelo tem a ver com otimismo, alegria e felicidade.
Neste artigo, vamos falar de tópicos importantes sobre o tema do Setembro Amarelo com o intuito de contribuir para a prevenção ao suicídio. Ao longo deste conteúdo, apresentaremos boas práticas importantes para construirmos, juntos, uma sociedade mais acolhedora e menos hostil.
Se você quer ser a diferença positiva na vida de alguém, continue a leitura. Vamos lá?
Falar sobre o suicídio nunca foi e nunca será uma tarefa fácil. Afinal, há diversos aspectos que influenciam na saúde mental das pessoas. Mas é fato que as condições do ambiente em que a pessoa se encontra influencia diretamente na qualidade das suas emoções. Para se ter ideia, apenas no Brasil acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, segundo o psiquiatra Humberto Müller.
Além disso, de acordo com o DataSUS, as mortes de brasileiros por suicídio dobraram nos últimos 20 anos. Assim, essa causa ultrapassa até os óbitos decorrentes por acidentes de moto.
Então, vemos como a saúde mental é uma pauta urgente e merece atenção da saúde pública e da sociedade. Inclusive, durante o isolamento social na pandemia de Covid-19, a temática ganhou ainda mais força em decorrência do aumento de diagnósticos de doenças mentais, como ansiedade e depressão.
No passado, era comum associarem a depressão ao choro fácil. No entanto, atualmente, sabemos que cada indivíduo reage de uma maneira diferente quando está em estado depressivo.
Isso acontece porque as pessoas não são iguais e cada uma traz consigo aprendizados sociais que moldam o seu comportamento. Mas como identificar alguém que precisa de suporte emocional? Há algumas formas e você vai conhecê-las a seguir.
As alterações de humor são o sintoma mais fácil de identificar quando alguém está passando por inconstâncias emocionais. Assim, ela pode flutuar entre tristeza, irritabilidade, excesso de sono ou insônia.
Um estágio depressivo tende a promover o isolamento. Aqui, vale destacar que há pessoas que gostam de ficar sozinhas, porque é algo da personalidade dela. Então, o isolamento deve ser observado quando não é um hábito daquela pessoa.
Outro aspecto comportamental é uma desorganização na rotina. Pessoas em estado depressivo tendem a ter dificuldade em manter uma rotina, bem como compromissos e horários.
Além disso, há também aquelas pessoas que tentam “manter as aparências” para não demonstrar vulnerabilidade. Exemplos disso são o comediante Whindersson Nunes, a atriz e ícone pop Marilyn Monroe e o influencer Felipe Neto. Por isso, muitas vezes, a aparência pode nos induzir ao erro de percepção.
Dentre as mudanças, é comum que pessoas em sofrimento emocional apresentem um descuido com a higiene pessoal ou um excesso. A verdade é que esse último, seja pelo muito, seja pela falta, é um sinal que existe algum desequilíbrio acontecendo na vida daquela pessoa.
Você já sabe que cada pessoa reage de uma forma em um estado depressivo, não é verdade? Bem, há pessoas que, quando estão em depressão, apresentam o que chamamos de anorexia nervosa. Esse é um fenômeno em que a ansiedade acompanhada da tristeza gera a perda de apetite, causando um emagrecimento excessivo.
Por outro lado, há pessoas que o cérebro tenta suprir a sensação de vazio que a depressão ocasiona, por meio da fome psicológica. Então, percebemos um aumento de peso repentino. É pela dificuldade em identificar uma pessoa que precisa de ajuda que reforçamos a importância do Setembro Amarelo.
A verdade é que não existe uma fórmula mágica para acolher pessoas em situação de vulnerabilidade emocional. O primeiro passo para o acolhimento é sermos indivíduos mais empáticos e menos hostis.
As redes sociais repletas de comentários que ridicularizam pessoas são exemplos práticos de locais que contêm gatilhos de sentimentos ruins.
Então, o primeiro passo para o acolhimento é nos desenvolvermos, buscando praticar a CNV (Comunicação Não-Violenta). Em resumo: seja para os outros o que você gostaria que fossem para si. Assim, o respeito às diferenças é uma boa prática diária de acolhimento com conhecidos e desconhecidos.
Agora, se você está percebendo que alguém precisa de suporte emocional, tente estabelecer um diálogo e criar pontes com essa pessoa. Dessa forma, ela vai se sentir confortável em se abrir. No entanto, reforçamos ser preciso que haja o acompanhamento de profissionais da saúde, como um terapeuta e um psiquiatra.
Assim, destacamos o quanto o Setembro Amarelo é necessário. É importante quebrar os tabus em relação a esses tratamentos, uma vez que muitas pessoas deixam de buscar ajuda devido ao preconceito que existe.
O Setembro Amarelo se tornou uma campanha essencial também nas organizações. Afinal, a saúde dos funcionários também deve ser considerada. Isso porque muitas doenças mentais são o resultado de ambientes tóxicos, como excesso de trabalho, colegas hostis e gestores abusivos.
Nesse sentido, é fundamental que as empresas implementem no seu comportamento organizacional e na sua gestão boas práticas que estimulem mais qualidade emocional para seus colaboradores. Por exemplo:
Assim, vemos que a prevenção ao suicídio é feita diariamente e por meio da empatia. As ações não devem ficar restritas ao mês da campanha do Setembro Amarelo.
Criar as condições para ambientes mais saudáveis é uma responsabilidade que não é somente de políticos ou das organizações. Na verdade, isso começa a partir da conduta de cada pessoa e do seu compromisso em ser ponte para coisas boas. Assim, vale um lembrete: não seremos lembrados pelo que tivemos, mas pela forma que fizemos os outros se sentirem.
Então, o que você achou sobre este post sobre o Setembro Amarelo? Esperamos que este conteúdo tenha sido útil e que ajude na conscientização sobre a importância de desmistificar a saúde emocional.
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