Aprenda como fazer o cálculo de absenteísmo na prática
VB - 20/1/2023
Certamente, você já ouviu ou leu em algum momento que os profissionais que compõem o quadro de pessoal de uma empresa representam o seu ativo mais valioso. Afinal, mesmo que vários fatores concorram entre si para o alcance do sucesso — e, é claro, do destaque no seu nicho de atuação —, a qualidade dos colaboradores é determinante para o bom desempenho das atividades.
Seguindo essa linha de pensamento, eventuais desvios nesse contexto têm o potencial de afetar expressivamente os resultados alcançados. O absenteísmo é um dos principais.
Quer entender o conceito mais a fundo e descobrir como fazer o cálculo do absenteísmo? Continue a leitura deste post!
O que é absenteísmo?
Inicialmente, é importante destacar que o absenteísmo e o turnover — outro índice preocupante quando o assunto envolve gestão de pessoas — não são sinônimos. Enquanto o primeiro conceito está estreitamente relacionado às horas e aos dias não trabalhados, em razão de faltas ou atrasos, por exemplo, o segundo mensura a relação existente entre as admissões e os desligamentos de profissionais dentro de um determinado período.
Ou seja, o conceito de turnover está ligado à rotatividade dos trabalhadores que atuam em uma organização, considerando os colaboradores que entraram e saíram do quadro de pessoal, voluntariamente ou não.
Se procurarmos o significado de absenteísmo em um dicionário, o mais provável é que encontremos definições similares a “estar ausente”. No âmbito corporativo, a ideia não se distancia desse entendimento, já que o termo é amplamente empregado para remeter à soma das ausências dos profissionais, seja por saídas antecipadas, seja por atrasos, seja por faltas.
Quais são as causas mais comumente associadas ao absenteísmo?
De forma geral, o absenteísmo afeta os trabalhadores que se sentem mais sobrecarregados e que, como consequência, produzem menos e demonstram níveis de satisfação mais baixos. No entanto, as causas por trás desse “fenômeno” são as mais diversas possíveis, podendo ser tanto de responsabilidade do colaborador quanto da própria organização. A seguir, elencamos as mais comuns.
Clima organizacional ruim
A má qualidade do clima organizacional é uma das causas mais comuns do absenteísmo, já que um ambiente de trabalho desarmônico e/ou tumultuado acaba reduzindo a motivação dos profissionais. O mesmo é aplicável às empresas que — propositalmente ou não — acabam estimulando os colaboradores a agirem como adversários, não dando vazão à solidariedade e à atuação colaborativa.
Problemas de ordem pessoal
O absenteísmo também pode ser resultado de problemas pessoais enfrentados pelos trabalhadores, o que não tem qualquer relação com as condições de trabalho oferecidas pela organização. Questões relativas à saúde, desavenças matrimoniais, dificuldades na relação familiar, entre outros aspectos, são bons exemplos de “vilões” da assiduidade.
Falta de motivação
Via de regra, quando os colaboradores não estão engajados nas suas atividades, é possível observar um aumento nos índices de faltas e atrasos/saídas antecipadas, além de uma situação bastante comum conhecida como “presenteísmo”. Nesse caso, embora os profissionais estejam fisicamente presentes no ambiente de trabalho, desempenham as suas atribuições com morosidade e ineficiência, o que também compromete os resultados da empresa.
Qual é a importância do cálculo do absenteísmo e como fazê-lo?
O cálculo do absenteísmo leva em conta o total de atrasos/saídas antecipadas e faltas, além da quantidade de dias (ou horas) trabalhados pelos colaboradores de uma organização. Para chegar ao resultado, a fórmula mais utilizada é a seguinte:
(total de profissionais x total de atrasos e faltas)/(total de profissionais x total de dias trabalhados)
Vamos a um exemplo prático? Imagine que o quadro de pessoal de uma companhia é composto por 100 trabalhadores, que cumprem uma jornada de oito horas diárias durante 22 dias por mês. Além disso, suponha que cada colaborador tenha, em média, duas faltas e 30 minutos de atraso.
O primeiro passo para o cálculo do absenteísmo é garantir que todos os valores estejam na mesma unidade de medida — nesse exemplo, utilizaremos a de horas. Então:
- 30 minutos de atraso por profissional equivale a 0,5 hora;
- 22 dias correspondem a 176 horas úteis;
- duas faltas por colaborador equivalem a 16 horas úteis.
Assim, temos um total de atrasos e faltas equivalente a 16,50. Portanto:
(100 x 16,50)/(100 x 176) = 1650/17600 = 0,09 ou 9% de absenteísmo
Todo esse cálculo é importante porque, embora não exista um consenso acerca do “número ideal”, já que o índice sofre influência de fatores diversos, como as dimensões da empresa e o segmento de atuação, de maneira geral, um percentual de até 4% é considerado aceitável. Acima disso, é importante “ligar o alerta” e agir em prol da redução.
Como diminuir o absenteísmo?
Saber fazer o cálculo do absenteísmo e conhecer as causas que vêm provocando o “fenômeno” já representa um avanço significativo na busca de iniciativas que possam reduzir esse índice. Afinal, compreendendo as principais motivações que levam ao atual percentual, os gestores podem direcionar melhor os seus esforços para solucionar as questões. Nesse sentido, a seguir, elencamos algumas boas práticas que podem auxiliá-lo:
- fortalecer a cultura organizacional — já que esse fator representa a base para as relações interpessoais e, inclusive, para o atingimento das metas estipuladas, norteando a conduta dos profissionais que integram o quadro de pessoal;
- valorizar o time — pois a percepção de falta de valorização como profissional é um dos elementos que impactam negativamente a motivação dos trabalhadores, contribuindo para a diminuição da produtividade e do engajamento;
- contribuir para a melhoria da qualidade de vida da força de trabalho — afinal, muitos dos problemas pessoais que são comumente associados ao absenteísmo, como questões de saúde, podem ser desencadeados pela baixa qualidade de vida. Portanto, o desenvolvimento de uma visão abrangente sobre as demandas dos trabalhadores pode auxiliar na implementação de iniciativas de baixo custo, mas grande retorno, como a oferta de benefícios.
Percebeu como o cálculo do absenteísmo é importante para identificar se é necessário oferecer melhores condições de trabalho — e até de qualidade de vida, de forma geral — para os colaboradores? A partir da análise desse índice e da identificação das razões por trás desse fenômeno, torna-se viável adotar iniciativas que impactarão positivamente o seu quadro de pessoal e, consequentemente, reverberarão em melhores resultados para a sua empresa.
Este conteúdo foi útil? Então, siga a nossa página no Instagram e acompanhe as nossas novas publicações no feed!
Destaques
Síndrome de burnout no ambiente de trabalho: como o RH deve lidar?
Além de levar o colaborador a um afastamento, a síndrome de burnout no ambiente de trabalho precisa ser vista com cautela, empatia e, princi…