Síndrome de burnout: tudo o que você precisa saber sobre o tema

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Trabalhar bastante, se preocupar com entregas e prazos, respeitar seus próprios limites e ainda lidar com o estresse do dia a dia — o que tudo isso tem em comum? São situações vividas por muitos profissionais na atualidade, o que leva facilmente a um problema enfrentado por pessoas no ambiente corporativo, a síndrome de Burnout.

E como isso é um problema que pode mesmo levar o colaborador a um afastamento do trabalho, é algo que precisa ser visto com cautela, mais empatia e, principalmente, procurando sempre alternativas para que seja evitado. Afinal, antes de ser profissional, o colaborador é uma pessoa comum que pode ter a vida pessoal afetada, bem como sua carreira pausada.

Pensando em ajudar você a entender melhor a síndrome de Burnout e ter as melhores ferramentas para evitá-la na empresa, separamos um material completo sobre o assunto. Confira!

O que é a síndrome de Burnout?

A síndrome de Burnout — também conhecida como síndrome do esgotamento profissional — é quando o colaborador passa por uma série de momentos difíceis no trabalho, em que é exposto a um nível elevado de estresse e esgotamento emocional. Com isso, a relação de trabalho fica bastante sensível, com impacto direto na eficácia e na produtividade do profissional.

Para se ter uma ideia, se formos traduzir a palavra Burnout, chegamos à expressão “queima total”. Isso significa, por exemplo, que o indivíduo chegou a um estado em que “queimou” seu equilíbrio emocional e psicológico em relação ao trabalho, podendo até mesmo chegar a um desequilíbrio físico decorrente da pressão e baixas condições do ambiente.

Por isso, é fundamental desenvolver políticas para o real bem-estar dos colaboradores, pois, mesmo com o conhecimento da síndrome de Burnout, muitas vezes os sintomas podem ser confundidos com ansiedade, depressão ou estresse. Na verdade, o Burnout pode apontar a todas essas situações simultaneamente, configurando o estresse ligado ao trabalho.

E o problema pode acometer a todo tipo de profissional ao redor do mundo, também em diferentes cargos e experiências. Só no Brasil, por exemplo, a estimativa é que mais de 20 milhões de pessoas estejam sofrendo com a síndrome de Burnout, de acordo com uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

É importante reforçar ainda que, na síndrome do esgotamento profissional, é como se os problemas se mostrassem insuperáveis, talvez impossíveis de resolução. Além disso, diante de um cenário pessimista e um tanto sombrio, o colaborador começa a perder energia e a noção de como se cuidar para enfrentar esse momento difícil pelo qual se encontra.

Quais são os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout?

Como dissemos, reconhecer a síndrome de Burnout pode não ser tão fácil, porque ela é comumente confundida com outros problemas emocionais. Porém, é possível acender o alerta se o colaborador começar a demonstrar alguns desgastes, principalmente se vier junto com um aumento de estresse, que se prolongue por alguns dias ou até mesmo semanas.

Outro sinal para ficar atento é quando o profissional demonstra que se sente oprimido ou começa a diminuir sua produtividade com as demandas que surgem — sejam elas normais para a rotina do trabalho ou as que demandam mais rapidez e senso de urgência, como em todas de decisões e estratégias para evitar crises, por exemplo.

Com esses sinais, é possível notar que o colaborador continua a se manter estressado e perde a motivação, que em outros momentos foi motivo para que se destacasse na empresa. É fundamental ainda acompanhar como está o interesse por parte do funcionário. Isso pode ser checado por meio da participação em reuniões, do desenvolvimento de ideias, entre outros.

Além desses sintomas, existem outros que facilitam a identificação da síndrome de Burnout. São eles:

  • sensação de estar indefeso no ambiente de trabalho;
  • ressentimento constante, principalmente quando há críticas nas tarefas realizadas pelo profissional;
  • desesperança no trabalho — por exemplo, aquele projeto que tem chances de dar certo, mas o colaborador se mostra pessimista quanto ao resultado ou, em outros casos, o profissional não acredita que algo será melhor;
  • depressão e ansiedade;
  • irritação em situações corriqueiras, como alguém que não atende o telefone rapidamente;
  • cansaço frequente;
  • mudanças no apetite (ou passa a ser compulsivo alimentar, ou deixa de ter fome);
  • insônia;
  • dores de cabeça;
  • absenteísmo;
  • tensão muscular;
  • sentimento grande de incompetência;
  • problemas gastrointestinais, vindos, na maioria das vezes, pelo nervosismo;
  • batimentos cardíacos alterados;
  • ficar mais propenso a largar o emprego ou o projeto em que está atuando;
  • dificuldade em se concentrar — o que pode ser em qualquer tipo de tarefa, como em manter uma linha de conversa ou ficar atento em uma reunião.

Um detalhe importante aqui é que esses sintomas começam geralmente de forma bem leve e vão aumentando gradativamente. Além disso, muitas pessoas acreditam que seja algo passageiro e, por isso, não tomam providências ou procuram ajuda. O ideal é, no primeiro sinal, sendo algo momentâneo ou não, redobrar a atenção para o tratamento.

Quais são as causas da Síndrome de Burnout?

Como dissemos, a síndrome de Burnout está ligada ao ambiente de trabalho, bem como o que tem sido oferecido com relação ao clima organizacional, por exemplo. Porém, a forma como o profissional se enxerga e encara o trabalho faz toda a diferença, contribuindo bastante para o desenvolvimento da síndrome — o que também fica evidente quando ela se manifesta.

Geralmente, tudo começa com situações que a maioria dos profissionais já deve ter passado em algum momento na carreira: como problemas no relacionamento com chefes ou colegas de trabalho, falta de cooperação da equipe em tarefas, além do desequilíbrio entre a própria vida pessoal e a profissional.

Outros fatores para a causa do Burnout é quando há uma enorme competitividade na empresa, pressão inadequada — como tarefas que não fazem parte do escopo, alterações no expediente de trabalho ou funções que não estavam previstas —, atividades intensas e recorrentes, como as que são sujeitas a riscos etc.

Essas causas podem levar a pessoa a uma despersonalização, ou seja, ela passa a agir de forma totalmente diferente do que é normalmente.

Como evitar e prevenir a síndrome de Burnout?

Uma das dicas mais importantes para a prevenção da síndrome de Burnout nos colaboradores é, sem dúvidas, transformar o planejamento estratégico em um dos pilares da empresa. Isso porque, com ele, a equipe pode ter tempo hábil para desenvolver ideias, compartilhar experiências e organizar bem quem fará parte da iniciativa e suas respectivas funções.

Indo além, a empresa pode contar com ferramentas de comunicação digital para falar mais sobre o assunto, como por meio de newsletters informativas, bate-papos virtuais com profissionais especializados, ou até mesmo abrir espaço para o assunto no site ou blog da instituição. Esses meios são ótimas formas de conversar com os colaboradores.

Ainda é interessante fazer uma análise entre o que a pessoa enxerga como parte da carreira (e o que está fazendo a respeito), ou se a origem do estresse é realmente o cansaço emocional e físico com base no trabalho. Ao mesmo tempo, oferecer ajuda profissional é essencial para se chegar a um diagnóstico e, consequentemente, iniciar o melhor tratamento para o problema.

Veja a seguir outras maneiras de evitar e prevenir que os colaboradores sejam mais propensos à síndrome.

Ter conversas sobre objetivos

O RH tem papel fundamental no cuidado e trato aos profissionais de uma empresa. Sendo assim, quando notar que algum funcionário está demonstrando sinais de esgotamento, é hora de conversar e colocar à mesa alguns pontos que o podem fazer refletir. O que será que move a pessoa além do trabalho?

Esse tipo de reflexão pode ajudar a enxergar tarefas prazerosas que foram esquecidas, como aquele curso que a pessoa tanto quer fazer, mas nunca parou, de fato, para se matricular; ou aquela viagem para outro país para fazer um intercâmbio durante as férias; ou livros e filmes que estão atrasados porque ficaram para depois e esse tempo nunca foi alcançado.

Relembrar os motivos de estar no emprego

O que motivou a pessoa a encarar o desafio de estar onde está, de fazer parte da empresa e ocupar o cargo que conquistou? Esses questionamentos reforçam que o profissional se esforçou para estar na organização e que isso é mérito dos seus conhecimentos e habilidades. É preciso relembrar os aspectos positivos que o fizeram acreditar na sua capacidade.

Refletir se é hora de mudar

E mudar envolve uma série de aspectos, como a mudança de cargo e funções, tentar algo novo dentro da empresa, enxergar que mesmo em situações difíceis há formas de melhorar e encontrar soluções diferentes. Pode ser o momento também de o colaborador apontar que precisa de mais orientação, flexibilidade, enfim, alguma melhoria por parte da empresa.

Reforçar quem é que está com ele

Se a pessoa começa a sentir ou perceber que está sozinha na equipe, isso pode prejudicar a sua forma de relacionamento e até de entrega do que foi demandado. Uma ótima forma de prevenir o Burnout é reforçar que o profissional pode contar com a ajuda de gestores, de colegas da equipe, do departamento de Recursos Humanos, entre outros.

É fundamental que esteja claro para ele que a organização é feita em conjunto, com todos os profissionais trabalhando em busca do mesmo objetivo. Ou seja, cada um pode ajudar o outro a passar por crises, encontrar ideias diferentes e desafiadoras e até mesmo receber suporte para crescer internamente e na carreira.

Facilitar a comunicação

Imagine que quando o profissional tem o que chamamos de break down, que é como se fosse mesmo uma forma de explodir, é porque a situação já vem sendo consumida há bastante tempo. Lembre-se de que as coisas não acontecem rapidamente, como que da noite para o dia, elas, na verdade, são um acúmulo de frustrações, receios e percepções ruins daquilo tudo.

Seguindo o raciocínio, esse colaborador provavelmente se sente só, sem poder compartilhar o que vem sentindo e pensando, guardando todas aquelas preocupações apenas para ele — e, geralmente, isso acontece de forma involuntária. Além de você estabelecer meios de comunicação inteligentes para se comunicar, é preciso que ele também responda.

Algumas alternativas que fazem a diferença são a certeza de que há com quem falar. A equipe de RH tem que se mostrar presente e aberta a ouvir, entender e identificar como pode ajudar. Contar também com psicólogos do trabalho é uma forma de ajudar ainda mais aqueles que precisam mesmo de auxilio para entender o que está acontecendo.

Ponha ainda na lista que rodas de conversa e reuniões individuais também podem ajudar.

Realizar pausas e praticar exercícios físicos

Passar muitas horas em frente ao computador, sem se movimentar ou tirar alguns minutos para relaxar, é um hábito que precisa ficar no passado. Por isso, estimule a equipe a tirar pausas durante o expediente, além do horário de almoço — por exemplo, a cada 2 horas de trabalho, pode-se tirar 15 minutos de descanso.

A prática de exercícios físicos também precisa estar em destaque, pois o corpo solta mais toxinas, libera energia e ajuda na concentração, no foco e na imunidade das pessoas. Se a sua empresa puder investir em ginástica laboral — mesmo que à distância, com a ajuda de vídeos —, melhor.

Fazer parcerias com academias ou personal trainers é outra maneira de incentivar os colaboradores a cuidar do seu bem-estar e de sua saúde. E o bom é que hoje há inúmeras possibilidades de se exercitar dentro de casa, usando apenas poucos materiais e um dispositivo para ver vídeos ou ter aulas online à distância.

Ter atenção ao time de forma genuína

Um dos papeis da gestão de pessoas é conseguir equilibrar os objetivos da empresa com os dos profissionais, sempre focando no bem-estar corporativo e pessoal de cada individuo que trabalha na organização. Para isso, é essencial investigar, sempre que possível, como anda o ambiente de trabalho, a produtividade do time, entre outros.

Nesse momento, é válido investir em dar atenção ao profissional de forma genuína. Você encontrará respostas muito mais fáceis se olhar para dentro, checando de maneira bem próxima toda a dinâmica da empresa, como são seus relacionamentos profissionais e como a equipe tem enxergado as diretrizes do local.

O que o RH pode fazer em relação à Síndrome de Burnout?

Agora, se a empresa realmente se deparar com algum profissional que está com a síndrome de Burnout, um dos primeiros passos a dar é procurar entender o que acometeu o problema. Nesse momento, a ajuda de um profissional como o Psicólogo é de extrema importância, para fazer o acompanhamento ideal e correto com essa pessoa.

Enquanto isso, também é válido que a empresa veja se não é a hora de reavaliar a cultura da organização, caso algo não tenha saído como o planejado. Também é fundamental checar e fazer uma autoanálise para conferir se os funcionários não estão sendo exigidos demais, indo além do que realmente podem e conseguem, principalmente em termos de tempo.

Há ainda a possibilidade de envolver os gestores no assunto, por meio de reuniões frequentes para analisarem juntos as posturas, a comunicação, as tarefas e os desafios que têm sido impostos a equipe — e até mesmo de que forma esses líderes se veem em relação ao próprio trabalho. Afinal, a pressão pode vir de todos os lados e hierarquias dentro de uma empresa.

Não se esqueça, ainda, de oferecer os dias de afastamento necessários para que o funcionário possa descansar, bem como férias sem atraso e maior flexibilidade para que o colaborador possa enfrentar o período no seu tempo. É importante que a pessoa se sinta como parte da empresa, como alguém fundamental para o crescimento do negócio.

Como evitar a síndrome de Burnout em períodos longos de trabalho remoto?

Trabalhar de casa é hoje uma das maiores tendências no mercado. Daqui para a frente, será cada vez mais normal fazer longos períodos de trabalho direto do conforto do lar, indo vez ou outra ao escritório para reuniões mais estratégicas ou até mesmo apenas por questões burocráticas. Agora, é tempo de entender como fazer do home office algo saudável.

Porém, trabalhar de casa pode envolver outros efeitos que, se não cuidados desde o princípio, tendem a impactar diretamente na produtividade e no equilíbrio emocional da pessoa. Por exemplo, quando se cumpre o expediente de casa, as chances de passar do horário de trabalho são maiores, pela dificuldade em se “desligar” dos afazeres da empresa.

Além disso, ainda há a questão da divisão entre o trabalho de casa e o profissional, principalmente por pessoas que têm famílias com crianças ou com pessoas que precisam de cuidados especiais. E ter um espaço dedicado para o trabalho é algo que faz diferença nessa separação entre o profissional e as questões cotidianas de casa.

Para conseguir manter o mesmo foco, ritmo e diminuir as possibilidades de confundir carreira com vida pessoal — e, com isso, ser mais um fator para a síndrome de Burnout —, separamos algumas dicas que ajudam em um home office equilibrado. Veja.

Reduza a pressão

Em tempos de crise, como a da pandemia de Covid-19, as relações de trabalho foram drasticamente afetadas, principalmente por conta deste período de incertezas. Nessa hora, é essencial tentar manter a rotina bem parecida com a que era antes, sem pressionar os colaboradores e nem cobrá-los acima do normal.

Claro que o período exige mais jogo de cintura no mundo corporativo, atenção redobrada com clientes e contratos, assim como a demonstração de que o serviço oferecido continua a ser essencial para o cliente. Entretanto, tudo precisa ser visto como trabalho em conjunto — todos passando pelo mesmo momento e se ajudando em cada dificuldade.

Proponha treinamentos

Estar em casa pode ser benéfico para aquele tempo que nunca sobrava, principalmente se o intuito for o de se aprimorar, fazer cursos ou treinamentos. Você pode aproveitar o home office e tirar algumas horas do expediente do profissional e investir em capacitação. Pode ser uma reunião mais aprofundada com os gestores, apresentando ideias e aprimoramentos, entre outros.

Incentive atividades relaxantes

Como está a qualidade de vida dos funcionários? Eles estão vivendo apenas para o trabalho ou ainda conseguem fazer alguma atividade relaxante nas horas vagas? Esse tipo de informação precisa estar no seu radar, como chave para evitar a síndrome de Burnout em longos períodos de trabalho home office.

Tirar um tempo para descansar, ver um filme, ficar com a família, ler, entre outras atividades podem ajudar bastante na criatividade, no descanso da mente e do corpo, além de serem uma ótima forma de inspiração para voltar ao trabalho mais disposto.

Proporcione tempo para relaxamento

Já falamos disso anteriormente, mas é válido reforçar o assunto quando falamos de dias ou semanas consecutivas de trabalho remoto. Respeite os horários do profissional para tomar um café, se alongar, ir ao banheiro, ganhar alguns minutos para sair da frente do computador e se desligar das demandas do dia.

Esse tempo de relaxamento é essencial para que a pessoa “respire”. Além disso, evite ao máximo invadir outros horários do profissional, como projetos que ficaram para o final de semana ou que vão além do expediente.

Mantenha a comunicação aberta com seus colaboradores

É inevitável que, em situações de crise, as pessoas fiquem mais angustiadas e passem a ter mais pensamentos negativos. E é aí que mora o perigo de que a síndrome de Burnout se instale e desconfigure todo o bem-estar dos profissionais — em larga escala, isso pode impactar diretamente na equipe como um todo.

Se antes a empresa já estava aberta para ouvir e ajudar os profissionais, em diferentes tipos de problema, agora isso se torna praticamente uma regra que ajudará o negócio a seguir firme e forte, protegendo sempre o quadro de funcionários.

Converse, pergunte se está tudo bem, ofereça apoio e reforce que a empresa está mesmo ao lado da pessoa — principalmente em tempos difíceis.

Com todas as informações que você acompanhou até aqui, conseguiu perceber a que ponto a síndrome de Burnout é algo que pode e deve ser evitado? A sua equipe é um dos bens mais valiosos para a empresa. Cuide dela, e mostre que todos podem trabalhar juntos para somar ainda mais objetivos.

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