Dia Internacional da Mulher: por que elas dominam o RH?

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O Dia Internacional da Mulher foi legitimado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Desde então, o 8 de março passou a ser a data que marca uma série de reflexões a respeito da trajetória de luta e conquistas, por direitos e igualdade de gênero, protagonizadas por mulheres do mundo inteiro.

Historicamente, a efeméride remete a episódios trágicos e, ao mesmo tempo, épicos de trabalhadoras que perderam suas vidas lutando por direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho. Hoje, portanto, a predominância da presença feminina nos setores de Recursos Humanos (RH) não é coincidência.

Para compreender essa relação mais detalhadamente, leia os tópicos seguintes e conheça as características que fazem as mulheres se destacarem na gestão de pessoas das empresas!

A mulher na área do RH

Há um consenso encontrado em diversos levantamentos sobre a prevalência dos cargos ocupados por mulheres nos departamentos de RH. Não podemos afirmar que essa realidade se estende à maior parte nas nações, mas, pelo menos nos países considerados Ocidentais, tal panorama é visível e não para de crescer.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Bureau of Labor Statistics data, 73% dos gestores de RH são mulheres. Esse dado despenca quando se mede a presença feminina em outros cargos. Na área do marketing, por exemplo, a porcentagem é de 43%. Em TI (Tecnologia da Informação), o índice é de 27%.

Outro estudo que aponta essa predominância na área de RH das empresas foi feito pela revista Forbes. Conforme os dados, mais de 70% dos postos de trabalho em RH são ocupados por mulheres nos Estados Unidos.

No Brasil, o cenário não é diferente. De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos, as mulheres preenchem 66% dos cargos associados ao departamento de RH das organizações.

Mas por que as mulheres são maioria nos setores de RH, afinal? É o que veremos ao longo deste artigo.

Dia Internacional da Mulher: uma trajetória de luta e conquistas

Primeiro, é preciso compreender que a história de lutas travadas pelos movimentos feministas resultou em um conjunto de conquistas no mundo do trabalho e na sociedade de uma forma geral.

Os registros históricos mostram que as mulheres sempre foram consideradas como inferiores aos homens e rotuladas como propriedade deles. O estudo e o trabalho, por exemplo, eram tratados como assuntos inerentes à realidade do público masculino, enquanto os afazeres domésticos e o cuidado dos filhos eram responsabilidades reservadas a elas.

Apesar dessa construção histórica e cultural, que enxergava as mulheres como o “sexo frágil”, elas precisaram sair de casa para trabalhar nas fábricas situadas nos grandes centros urbanos, especialmente após a Revolução Industrial, no século XVIII, e durante as duas grandes guerras mundiais, no século 20.

Foi no universo trabalhista, inclusive, que ocorreram inúmeros casos de exploração e abuso envolvendo as trabalhadoras. As péssimas condições de trabalho, as horas excessivas de expedientes e a ínfima remuneração eram algumas das pautas contestadas pelos movimentos feministas.

O 8 de março (Dia Internacional da Mulher), portanto, representa não apenas mais uma das datas comemorativas presentes no calendário, mas sim um marco em referência a esse histórico de batalhas não só por direitos trabalhistas, mas também pela igualdade de gênero, o acesso aos procedimentos contraceptivos, autonomia e integridade do corpo, direito ao voto, proteção contra violência, entre outros elementos vinculados ao conceito de cidadania para mulheres.

Apesar das conquistas, ainda há muito caminho a percorrer no que diz respeito a políticas públicas, direitos e igualdade de gênero no trabalho e na sociedade como um todo. Contudo, é preciso reconhecer o que já foi conquistado até aqui, sobretudo no mundo do trabalho, como:

  • repouso em caso de aborto;
  • ampliação da licença maternidade;
  • descanso para amamentação;
  • dispensa para exames.

Como dissemos, ainda há muito a ser conquistado, e a presença massiva de mulheres nos setores de RH pode ser um fator determinante para essa evolução.

5 características que explicam esta ascensão

A questão principal levantada por este artigo, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, diz respeito aos motivos pelos quais as mulheres dominam os departamentos de RH. Tal presença majoritária pode ser explicada pelas características que as profissionais carregam e que as diferenciam dos homens, no geral.

É claro que a generalização sempre oferece o risco da superficialidade e do preconceito. Nesse caso, porém, algumas características historicamente pertencentes às mulheres são imprescindíveis no pleno exercício do RH das empresas. Elas justificam, aliás, porque o público feminino é maioritário nessa área.

Além do mais, existem dados que embasam esse argumento. De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são maioria da população e ingressam mais no ensino superior do que os homens.

Mas vamos falar sobre algumas características consideradas femininas que as levam ao monopólio do setor de RH.

1. Empatia

A empatia representa a capacidade de se colocar no lugar do outro para (tentar) compreender suas emoções, motivações, ações, pensamentos e atitudes.

Significa ter inteligência emocional para lidar com a motivação dos profissionais e entender seus perfis. Trata-se de uma característica indispensável para um profissional de RH que trabalha com gestão da diversidade, que marca as relações de trabalho.

2. Determinação

A determinação também é fundamental para atuar no RH, em virtude da dificuldade de trabalhar com seres humanos e sua complexidade. É preciso ter sensibilidade (inteligência emocional e não fraqueza) para ser analítica e auxiliar os colaboradores da melhor forma, lidando inclusive com suas dores.

3. Resiliência

As mulheres naturalmente enfrentam mais dificuldades no universo do trabalho e precisam provar sua capacidade todos os dias. Por isso, acabam fortalecendo a resiliência e entregando os melhores resultados, unindo a cultura da inovação, diversidade e colaboração nas organizações.

4. Flexibilidade

Além do mais, no geral as profissionais são altamente flexíveis, se adaptam a diferentes realidades, sabem lidar com diversos tipos de pessoas, são mais compreensíveis, sabem fazer reconhecimento e contribuem, portanto, para a melhora do clima organizacional das empresas — um dos grandes objetivos do setor de RH.

5. Multitarefas

Uma famosa característica feminina é a capacidade de fazer múltiplas tarefas simultaneamente, primando pelo zelo e excelência dos serviços. A demanda do RH requer esse tipo de perfil que consegue conduzir várias situações ao mesmo tempo, e ter sensibilidade para tomar as melhores decisões no trato com as pessoas, isto é, os colaboradores.

Essas são algumas razões que explicam a predominância das mulheres nos cargos associados aos departamentos de RH. Esperamos que as trabalhadoras tenham sucesso em outras áreas também, e que o Dia Internacional da Mulher seja sempre uma oportunidade para lembrarmos da história de conquista de direitos e para construirmos uma sociedade mais justa.

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