Empresas com gestão horizontal: cases para você se inspirar
VB - 29/11/2019
Tem crescido no mundo corporativo o número de empresas com gestão horizontal. Entre elas podemos citar algumas gigantes, como Google e Netflix, cujas estruturas organizacionais se popularizaram nos últimos anos como modelos bem-sucedidos. Mas o que essas marcas têm em comum, afinal?
No conceito de gestão compartilhada, as relações hierárquicas de poder perdem valor e, muitas vezes, são extintas. Nesse sentido, busca-se um modelo mais participativo, no qual as decisões são tomadas em conjunto por todo o time responsável pelo projeto. Trata-se de um formato focado no engajamento, na sinergia e na inovação, aos moldes do século XXI.
Quer saber mais sobre o método? Continue a leitura e se inspire com os cinco cases de sucesso que preparamos para você!
O que é gestão horizontal
Resumidamente, podemos dizer que a gestão horizontal é um método organizacional cujo princípio básico é a participação de todos os colaboradores nas tomadas de decisão. Ou seja, nessa perspectiva, todos são consultados, ouvidos e têm autonomia para contribuir ativamente nos projetos.
Retomando as aulas de geometria, entendemos que as empresas com gestão horizontal vão na contramão do modelo vertical, no qual as relações de trabalho são pautadas nas hierarquias entre chefes e comandados. No mercado, esse formato mais tradicional é conhecido como top down, que significa de cima para baixo.
A gestão horizontal, por sua vez, é conhecida por ser um modelo relacional plano. Essa tem sido a estrutura adotada por diversas startups e empresas que estão em constante busca por inovação, criatividade, soluções e retenção de talentos.
Como funciona na prática
Em linhas gerais, entende-se que as empresas com gestão horizontal conferem mais autonomia para os colaboradores tomarem decisões, tendo como exemplo a liberdade para propor soluções e ter horário flexível na jornada de trabalho.
Por outro lado, aumenta-se também o grau de responsabilidade sobre os funcionários, que são incentivados a se posicionar, expressar opiniões, usar a criatividade e assumir riscos.
Basicamente, esse modelo de gestão fundamenta-se na ideia de que os colaboradores são mais produtivos conforme têm mais liberdade e são envolvidos nos processos de decisão. Dessa forma, assumem a posição de empreendedores e dão o melhor de si para alcançarem os resultados. O ponto-chave está na motivação, que sai do campo da obrigação e entra na esfera do prazer em produzir bem e ser valorizado por isso.
Modelos de gestão compartilhada
Na prática, existem diferentes maneiras de implementar uma gestão compartilhada nas organizações.
Há, por exemplo, o formato conhecido como sociocracia, em que todos os colaboradores inseridos em um projeto ganham voz ativa nos processos de decisão, independentemente do cargo que ocupam.
Outro conceito horizontal de gestão é a holacracia, cuja estrutura funciona a partir da distribuição de autonomia e autorregulação. Ou seja, cada um tem a sua própria hierarquia e ganha o status de autônomo.
Uma terceira vertente desse conceito organizacional é chamado de management 3.0. O seu principal objetivo é viabilizar o trabalho coletivo, autônomo e responsável entre as equipes, criando um clima favorável à busca por resultados.
As principais vantagens da gestão horizontal
Em princípio, é possível reconhecer que a gestão horizontal garante inúmeros benefícios empresariais às organizações. Haja vista os cases de sucesso das companhias que adotam esse modelo de trabalho, os quais mostraremos mais à frente.
Entres eles podemos mencionar a motivação, o engajamento, a sinergia e a interação entre os colaboradores nos projetos da empresa e no compartilhamento de ideias. Esse conceito trabalha muito bem o sentido de time, em que as partes precisam atuar coletivamente para alavancar os resultados.
Assim, os funcionários trabalham mais alinhados às ideias de inovação, otimização de tempo, desenvolvimento de equipe e criatividade.
Empresas com gestão horizontal
Nessas alturas, você pode estar se perguntando se a gestão compartilhada realmente pode funcionar na prática? Bem, se você está disposto a abrir a mente para novas ideias, verá que esse modelo pode render excelentes frutos sim. Basta olhar para as empresas listadas abaixo e tirar, você mesmo, as suas conclusões.
Essas empresas adotam o modelo de gestão horizontal. Algumas de forma mais radical, outras de modo parcial, mas todas entendem que dar autonomia aos times, pois criar um ambiente de trabalho leve e sinérgico contribui muito para a concretização dos objetivos.
Netflix
Não poderíamos iniciar a nossa lista por outra empresa, que não a Netflix. Apesar da explosão de assinaturas que conseguiu no Brasil nos últimos anos — são 158 milhões em todo o mundo, segundo o site da companhia —, a empresa norte-americana é líder no serviço de conteúdo digital desde 1997.
Os assinantes da empresa podem assistir a quantos filmes quiserem, quando e onde acharem melhor, desde que tenham sinal de internet. Essa mesma dinâmica foi implementada entre as suas equipes de trabalho, acompanhando tendências, desenvolvendo metodologias sem hierarquia, voltadas para favorecer o processo criativo, inovador e autônomo. Tanto é que uma das principais marcas da Netflix é o sucesso no serviço de mineração de dados.
“Nossa missão é organizar as informações do mundo para que sejam universalmente acessíveis e úteis para todos”. Foi com esse dilema, presente no portal institucional da empresa, que o Google se tornou o principal motor de busca do mundo. Mas isso só foi possível em razão do modelo de trabalho que a empresa foi adequando, conforme o tempo.
Criada em 1998, nos Estados Unidos, a multinacional é muito comprometida com o bem-estar de seus colaboradores, permitindo jornadas flexíveis de trabalho, também com foco no processo criativo e inovador. Apesar disso, não se pode afirmar que não haja hierarquia no Google.
Uber
Considerada uma startup unicórnio, o Uber inovou o mercado de transporte urbano nos últimos anos e, atualmente, está presente em mais de 700 cidades do mundo. Avalia-se que a empresa norte-americana já vale mais do que gigantes como Ford e General Motors.
Mas qual é o segredo desse sucesso todo? Seu modelo de gestão, sustentado na “economia compartilhada”. Ou seja, por meio de um aplicativo, a empresa consegue integrar motoristas e passageiros, sem precisar comprar carros, ganhando dinheiro por comissões de cada viagem.
iFood
Fundada em 2011, o iFood é considerada a maior foodtech da América Latina, com atuação em países como Brasil, México, Colômbia e Argentina. Só no Brasil, o aplicativo de delivery de comidas e de restaurantes tem mais de 10 milhões de usuários em aproximadamente 500 municípios.
O modelo de negócio é bem semelhante ao do Uber. Em termos de gestão, a empresa procura oferecer condições diferenciadas aos seus funcionários, aos moldes da gestão horizontal. Em seu escritório, em Osasco-SP, disponibiliza patinetes para os colaboradores andarem pelo ambiente, bebidas e comidas livres durante o expediente, dog day às sextas, entre outros atrativos que visam criar um ambiente favorável ao crescimento do negócio.
Grin e Rappi
Ainda na onda dos aplicativos, citamos, por fim, as empresas Grin e Rappi. Elas são parceiras e procuram facilitar a vida das pessoas por meio de seus serviços. A primeira oferece aluguel de patinetes elétricos por preços acessíveis, disponíveis a partir de R$3,00. Trata-se de uma alternativa para quem quer fugir do trânsito, tão comum nas grandes cidades. A segunda, por sua vez, oferece serviços de delivery. Porém, diferentemente do iFood e demais concorrentes, por exemplo, ela entrega qualquer coisa. Em sua plataforma, disponibiliza itens de supermercados, lojas, entre outros.
Nosso objetivo com este artigo, portanto, foi mostrar alguns exemplos de empresas com gestão horizontal que são, hoje, muito bem-sucedidas. Elas são exemplos de sucesso e inovação. Ganham dinheiro a partir de oportunidades criadas pelas demandas das grandes metrópoles e pela tecnologia.
Contudo, é válido fazer uma ponderação: não há formato certo ou errado de gestão nem fórmula mágica para fazer um negócio dar certo. Há casos em que o desenho tradicional hierárquico dá mais certo do que o horizontal. Por isso, vai de você analisar se vale ou não a pena apostar. O importante é sempre manter os colaboradores engajados.
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