Plano de carreira em Y: quais são as vantagens e como implementar?

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Um bom plano de carreira é um dos fatores determinantes para a atração e para a retenção dos melhores talentos. Afinal, de modo geral, à medida que os profissionais que integram o quadro de pessoal de uma empresa percebem que a sua dedicação é valorizada e que eles têm chance de crescer na organização, a tendência é de que se tornem mais produtivos, engajados e motivados — o que, consequentemente, impacta positivamente os resultados corporativos.

No entanto, o modelo tradicional, no qual a evolução do trabalhador é linear, com um único caminho possível, tem perdido espaço para outros formatos, como o plano de carreira em Y.

Neste post, o nosso objetivo é detalhá-lo, ajudando-o a entender do que se trata, de que forma se diferencia de outros tipos, para quem é mais indicado, entre outros pontos igualmente relevantes para a sua implementação. Continue a leitura!

O que é o plano de carreira em Y?

Atualmente, o plano de carreira em Y é um dos principais modelos de ascensão profissional adotados em âmbito empresarial, já que oferece mais flexibilidade aos colaboradores. Anteriormente à sua criação, o plano de carreira tradicional era vertical e, como dito, linear. Ou seja, em regra, os trabalhadores só tinham a chance de alcançar promoções dentro da mesma área de atuação, conforme as exigências das posições, mas, normalmente, para cargos de gestão.

Então, resumidamente, os colaboradores que atuavam em posições menos estratégicas se desenvolviam ao longo do tempo e chegavam a cargos mais altos, o que, em grande parte dos casos, levava-os a ocupar vagas gerenciais. Na prática, pode-se dizer que só existiam três possibilidades: manter-se estagnado, crescer ou buscar oportunidades externas.

Com a adoção do plano de carreira em Y, porém, os profissionais passaram a ter dois percursos rumo à evolução: assumir uma posição gerencial ou partir para um cargo de especialista. O fato é que esse modelo é bifurcado — o que é simbolizado pela letra “Y” —, levando em consideração que nem sempre os talentos almejam cargos de liderança.

Assim, ambos os caminhos oferecem condições equivalentes em termos de recompensa salarial e reconhecimento, não havendo quaisquer prejuízos, e os colaboradores que se identificam com funções mais técnicas também têm a possibilidade de crescer.

Como esse modelo se diferencia dos planos de carreira em W e em X?

É interessante pontuar que o plano de carreira em Y não é o único formato que foge do “padrão linear” inerente aos convencionais. O método em W, por exemplo, é outra opção,

Nesse modelo, a trajetória do colaborador, na verdade, é tão pouco linear quanto possível, de modo que novas oportunidades e desafios estão sempre surgindo e é esperado que o profissional atue em funções gerenciais e técnicas. Assim, ele tem a chance de manter a função de especialista, mas sem que seja necessário “abrir mão” de uma posição de liderança.

Outra possibilidade é o plano de carreira em X, que é visto como o mais flexível de todos, já que o foco não envolve o tipo de atividade a ser exercida, mas, na verdade, o propósito que foi estabelecido pelo profissional.

Em termos mais simples, nesse formato, o trabalhador perpassa por inúmeras funções dentro da empresa. Aqui, mais importante do que o tipo de atribuição desempenhada é a sua execução da melhor forma possível. Ao final da trajetória, então, é esperado que ele atinja o seu objetivo.

Para quem o plano de carreira em Y é mais indicado?

Em geral, principalmente em razão da sua flexibilidade, o plano de carreira em Y é recomendado para todos e quaisquer tipos de profissionais. Nesse sentido, o ponto-chave é identificar o perfil de cada um dos colaboradores que integram o quadro de pessoal da empresa.

Com esse intuito, uma boa alternativa é coletar feedbacks do público interno e, a partir disso, identificar as aspirações de cada integrante da equipe. Assim, os trabalhadores que demonstrarem um foco mais direcionado ao conhecimento e ao atingimento de resultados — e, em alguns casos, um interesse maior em desenvolvimento e pesquisa — são normalmente elegíveis para essa última modalidade.

Por outro lado, os que demonstram mais espírito de liderança e iniciativa geralmente se revelam excelentes candidatos às funções gerenciais. Apenas é interessante que, além da vontade de liderar, haja interesse por parte desses colaboradores em desenvolver as competências necessárias para ocupar esse tipo de posição.

Quais são as suas principais vantagens?

O plano de carreira em Y oferece vantagens tanto para os profissionais quanto para as empresas. No caso dos colaboradores, os benefícios que mais se destacam são:

  • o acesso a mais oportunidades na carreira — inclusive, com uma grande valorização de profissionais especialistas e técnicos, especialmente nos segmentos industriais e tecnológicos;
  • a possibilidade de desenvolvimento de novas competências — já que a estrada a ser percorrida sempre envolverá muito aprendizado e a aquisição de novas habilidades;
  • o melhor aproveitamento das habilidades que mais se destacam — afinal, mesmo que todo profissional tenha a capacidade de desenvolver o espírito de liderança, nem todos se sentirão à vontade ao ocupar essa posição. Nesse contexto, o plano de carreira em Y é interessante porque possibilita que todos os integrantes da força de trabalho da organização evoluam, contribuindo para o seu crescimento.

Já no caso das empresas, a implementação do plano de carreira em Y também envolve diversas vantagens. A seguir, podemos mencionar como as principais:

  • o aumento da atração e da retenção de novos talentos — afinal, com as oportunidades de crescimento concedidas, a organização se torna mais bem-vista pelos talentos que têm interesse no aprendizado e no potencial de evolução de carreira, o que também é determinante para retê-los;
  • a diminuição da rotatividade dos profissionais — porque, como os próprios colaboradores que integram o quadro de pessoal recebem oportunidades de ascensão, há uma queda natural do número de desligamentos voluntários;
  • a elevação da produtividade da força de trabalho — haja vista que os profissionais exercerão funções mais alinhadas ao seu potencial, ao seu perfil e à sua área de conhecimento, o que implicará mais agilidade na sua atuação.

Como implementá-lo?

De antemão, é importante destacar que o processo de implementação do plano de carreira em Y pode ser complexo, já que implica mudanças estruturais bastante significativas. A seguir, porém, elencamos uma espécie de passo a passo que poderá auxiliá-lo nessa missão:

  • conheça a organização — o que implica estudar a empresa, os seus processos e, principalmente, a sua hierarquia, compreendendo os impactos que serão gerados pela mudança;
  • analise os cargos — já que é necessário verificar como eles estão distribuídos entre a força de trabalho e em quais ocorreriam as principais alterações, por exemplo;
  • oficialize o plano — afinal, é indispensável documentar todo o processo de implementação do plano de carreira em Y, mantendo todos os colaboradores da empresa cientes dessa mudança;
  • mantenha a comunicação — a partir do estabelecimento dos objetivos e das metas, é importante avaliar regularmente o caminho percorrido, estudando os obstáculos e os resultados, bem como é fundamental se certificar de que todo o processo permanece alinhado à cultura organizacional, o que torna os feedbacks indispensáveis.

O meio corporativo, cada vez mais, tem se tornado altamente concorrido. Nesse cenário, a implementação de algumas iniciativas, como a estruturação de um plano de carreira em Y, auxilia as empresas a motivarem os seus profissionais, retendo-os no quadro de pessoal e impulsionando-os. Logo, é essencial que a área de Recursos Humanos (RH) esteja constantemente atenta às inovações relativas à gestão de pessoas.

Atualmente, a sua empresa mantém um plano de carreira que visa à evolução dos colaboradores? Se sim, o formato adotado é tradicional ou foge do crescimento linear convencional? Deixe o seu comentário no post!

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