Principais sinais de quiet quitting e como solucioná-lo
Equipe Sem Parar Empresas - 10/7/2024
Um fenômeno alarmante tem ganhado espaço nas discussões empresariais: o quiet quitting. Dados recentes, como o estudo publicado pela consultora empresarial Gallup, indicam que 59% dos funcionários em grandes empresas demonstram um grau preocupante de desengajamento, optando por fazer apenas o mínimo necessário.
Esse comportamento é discreto e difícil de diagnosticar, muitas vezes passando despercebido até mesmo pelos gestores mais experientes. A seguir, explicamos como é possível identificar se esse fenômeno está acontecendo no seu ambiente de trabalho.
Causas comuns para o quiet quitting acontecer
O quiet quitting, ou demissão silenciosa, é uma tendência que reflete a desmotivação e o esgotamento. Em um cenário onde se busca a retenção de talentos para o desenvolvimento da empresa, identificar e abordar essa prática pode ser um desafio.
O fenômeno vem crescendo no Brasil, especialmente em meio à transformação do mundo do trabalho. E os principais motivos para o quiet quitting incluem:
- Sobrecarga de trabalho: o acúmulo de tarefas e a pressão constante levam ao esgotamento. Não é à toa que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout.
- Falta de perspectivas: profissionais deixam de se envolver por não enxergarem oportunidades de desenvolvimento. No estudo Geração Z no mercado de trabalho, publicado pelo portal Globo Gente, 34% dos entrevistados apontaram esse aspecto como o principal para escolher uma empresa.
- Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional: sistemas rígidos afetam negativamente o comprometimento com o trabalho.
- Ambiente de trabalho tóxico: falta de comunicação, conflitos e liderança inadequada são frequentemente citados como fatores determinantes para desmotivação. No estudo da Gallup, 85% dos respondentes que estão se demitindo silenciosamente fariam mudanças no local de trabalho relacionadas a engajamento e cultura.
- Falta de propósito: o estudo mencionado no portal da Revista Exame sobre o engajamento da mão-de-obra no Brasil indica que, a cada 10 empregados, somente 2,8 enxergam significado no seu trabalho.
- Falta de reconhecimento: colaboradores que se sentem desvalorizados no trabalho tendem a se desengajar. A ausência de feedback positivo e reconhecimento de funcionários adequados desmotiva manter o empenho.
Entender essas causas é fundamental para que os gestores de RH possam implementar estratégias eficazes de engajamento e valorização dos colaboradores.
Como identificar o quiet quitting na empresa?
Embora as causas do quiet quitting sejam comuns, identificar o problema dentro da empresa nem sempre é fácil. Os sinais podem ser sutis e, portanto, difíceis de serem percebidos. No entanto, há algumas indicações importantes a serem observadas, como:
- Redução na produtividade;
- Participação mínima em reuniões e projetos;
- Atitudes apáticas, negativas ou respostas curtas;
- Aumento do absenteísmo.
Esses sinais indicam que sua empresa pode estar passando pelo quiet quitting. No entanto, eles ainda são genéricos demais. Para conseguir um diagnóstico preciso, é possível implementar as seguintes ações:
- Feedbacks regulares: organize reuniões periódicas para entender melhor as percepções e sentimentos dos colaboradores, abrindo de fato um espaço para escuta ativa e devolutivas transparentes;
- Pesquisas de clima organizacional: utilize caixinhas de sugestões anônimas ou plataformas digitais para coletar opiniões honestas sobre o ambiente de trabalho. É preciso que os trabalhadores se sintam ouvidos e seguros ao dar suas contribuições;
- Observação direta: esteja atento às mudanças comportamentais e à linguagem corporal dos membros da equipe. Dessa forma, é possível acompanhar indícios;
- Indicadores de desempenho: monitore métricas de envolvimento para identificar padrões de desmotivação. Ter um controle estruturado pode fazer a diferença para ajudar a rever o desengajamento.
Como solucionar e evitar o quiet quitting?
Para solucionar e evitar o quiet quitting, é indispensável implementar ações que mantenham os colaboradores participativos e promova, de fato, a retenção de talentos. Entre as possibilidades, estão:
- Reconhecimento e recompensas: crie programas para valorizar o desempenho dos colaboradores, seja com ações palpáveis ou emocionais;
- Oferta de benefícios diferenciados: ofereça benefícios que vão além do básico, como dias de folga adicionais, planos de bem-estar, assistência psicológica ou ainda cartões destinados a compras de produtos pertinentes aos colaboradores;
- Oportunidades de desenvolvimento: invista em treinamentos, cursos e programas de carreira para mostrar aos colaboradores que há espaço para crescimento e aprendizado contínuo, além da abertura para novos projetos;
- Ambiente de trabalho positivo: incentive um ambiente saudável e acolhedor, promovendo a comunicação aberta e a colaboração para os objetivos comuns;
- Flexibilidade e equilíbrio: ofereça opções como home office e horários adaptáveis, para ajudar os colaboradores a manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional;
- Envolvimento e participação: incentive a participação ativa dos colaboradores em decisões e projetos importantes da empresa, valorizando suas opiniões.
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RH, sempre fique de olho nas pessoas!
Manter a atenção voltada para os colaboradores é primordial para identificar e solucionar problemas como o quiet quitting. Apenas com um olhar atento é possível perceber sinais sutis de desengajamento e agir preventivamente. Afinal, mais do que nunca, promover uma boa relação entre o time e a empresa é fundamental.
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