Principais sinais de quiet quitting e como solucioná-lo

Sem Parar Empresas: homem em sala escura, na frente de um notebook, com a mão no rosto e aspecto cansado, indicando que está passando pela tendência quiet quitting

Um fenômeno alarmante tem ganhado espaço nas discussões empresariais: o quiet quitting. Dados recentes, como o estudo publicado pela consultora empresarial Gallup, indicam que 59% dos funcionários em grandes empresas demonstram um grau preocupante de desengajamento, optando por fazer apenas o mínimo necessário.

Esse comportamento é discreto e difícil de diagnosticar, muitas vezes passando despercebido até mesmo pelos gestores mais experientes. A seguir, explicamos como é possível identificar se esse fenômeno está acontecendo no seu ambiente de trabalho. 

 

Causas comuns para o quiet quitting acontecer

O quiet quitting, ou demissão silenciosa, é uma tendência que reflete a desmotivação e o esgotamento. Em um cenário onde se busca a retenção de talentos para o desenvolvimento da empresa, identificar e abordar essa prática pode ser um desafio. 

O fenômeno vem crescendo no Brasil, especialmente em meio à transformação do mundo do trabalho. E os principais motivos para o quiet quitting incluem:

  1. Sobrecarga de trabalho: o acúmulo de tarefas e a pressão constante levam ao esgotamento. Não é à toa que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout.

  2. Falta de perspectivas: profissionais deixam de se envolver por não enxergarem oportunidades de desenvolvimento. No estudo Geração Z no mercado de trabalho, publicado pelo portal Globo Gente, 34% dos entrevistados apontaram esse aspecto como o principal para escolher uma empresa.

  3. Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional: sistemas rígidos afetam negativamente o comprometimento com o trabalho.

  4. Ambiente de trabalho tóxico: falta de comunicação, conflitos e liderança inadequada são frequentemente citados como fatores determinantes para desmotivação. No estudo da Gallup, 85% dos respondentes que estão se demitindo silenciosamente fariam mudanças no local de trabalho relacionadas a engajamento e cultura. 

  5. Falta de propósito: o estudo mencionado no portal da Revista Exame sobre o engajamento da mão-de-obra no Brasil indica que, a cada 10 empregados, somente 2,8 enxergam significado no seu trabalho.

  6. Falta de reconhecimento: colaboradores que se sentem desvalorizados no trabalho tendem a se desengajar. A ausência de feedback positivo e reconhecimento de funcionários adequados desmotiva manter o empenho.

Entender essas causas é fundamental para que os gestores de RH possam implementar estratégias eficazes de engajamento e valorização dos colaboradores.

 

Como identificar o quiet quitting na empresa?

Embora as causas do quiet quitting sejam comuns, identificar o problema dentro da empresa nem sempre é fácil. Os sinais podem ser sutis e, portanto, difíceis de serem percebidos. No entanto, há algumas indicações importantes a serem observadas, como:

  • Redução na produtividade;
  • Participação mínima em reuniões e projetos;
  • Atitudes apáticas, negativas ou respostas curtas;
  • Aumento do absenteísmo.

Esses sinais indicam que sua empresa pode estar passando pelo quiet quitting. No entanto, eles ainda são genéricos demais. Para conseguir um diagnóstico preciso, é possível implementar as seguintes ações:

  • Feedbacks regulares: organize reuniões periódicas para entender melhor as percepções e sentimentos dos colaboradores, abrindo de fato um espaço para escuta ativa e devolutivas transparentes;

  • Pesquisas de clima organizacional: utilize caixinhas de sugestões anônimas ou plataformas digitais para coletar opiniões honestas sobre o ambiente de trabalho. É preciso que os trabalhadores se sintam ouvidos e seguros ao dar suas contribuições;

  • Observação direta: esteja atento às mudanças comportamentais e à linguagem corporal dos membros da equipe. Dessa forma, é possível acompanhar indícios;

  • Indicadores de desempenho: monitore métricas de envolvimento para identificar padrões de desmotivação. Ter um controle estruturado pode fazer a diferença para ajudar a rever o desengajamento.

 

Como solucionar e evitar o quiet quitting?

Para solucionar e evitar o quiet quitting, é indispensável implementar ações que mantenham os colaboradores participativos e promova, de fato, a retenção de talentos. Entre as possibilidades, estão:

  1. Reconhecimento e recompensas: crie programas para valorizar o desempenho dos colaboradores, seja com ações palpáveis ou emocionais;

  2. Oferta de benefícios diferenciados: ofereça benefícios que vão além do básico, como dias de folga adicionais, planos de bem-estar, assistência psicológica ou ainda cartões destinados a compras de produtos pertinentes aos colaboradores;

  3. Oportunidades de desenvolvimento: invista em treinamentos, cursos e programas de carreira para mostrar aos colaboradores que há espaço para crescimento e aprendizado contínuo, além da abertura para novos projetos;

  4. Ambiente de trabalho positivo: incentive um ambiente saudável e acolhedor, promovendo a comunicação aberta e a colaboração para os objetivos comuns;

  5. Flexibilidade e equilíbrio: ofereça opções como home office e horários adaptáveis, para ajudar os colaboradores a manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional;

  6. Envolvimento e participação: incentive a participação ativa dos colaboradores em decisões e projetos importantes da empresa, valorizando suas opiniões.

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RH, sempre fique de olho nas pessoas!

Manter a atenção voltada para os colaboradores é primordial para identificar e solucionar problemas como o quiet quitting. Apenas com um olhar atento é possível perceber sinais sutis de desengajamento e agir preventivamente. Afinal, mais do que nunca, promover uma boa relação entre o time e a empresa é fundamental. 

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